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Hoje é sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Operação interestadual para desarticular organização criminosa

A Polícia Civil de São Paulo deflagrou juntamente com as instituições de polícia de sete estados, nesta quarta-feira (23), uma operação interestadual para desarticular organização criminosa voltada ao desvio de cargas, que atuava em São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Goiás, Rio de Janeiro, Pará e Bahia. Ao todo, cinco pessoas foram presas nas cidades de Belo Horizonte (MG), Bom Jesus de Goiás (GO), Itumbiara (GO) e Conquista (MG) – quatro delas por mandado e uma em flagrante.
A operação recebeu o nome de Nemesis, em menção à deusa da mitologia grega que representa o destino, o equilíbrio e a justiça Divina. O trabalho operacional foi deflagrado após quase um ano de investigação, onde foi constatado que a facção foi responsável pelo desvio de cerca de duzentas cargas, avaliadas em torno de R$ 100 mil, sendo identificados 36 envolvidos, os quais foram indiciados pela prática dos crimes de organização criminosa, furtos qualificados e falsa comunicação de crime. Sete deles tiveram suas prisões preventivas decretadas.
A ação ocorreu simultaneamente nos sete estados e contou com o apoio das Polícias Civis dessas unidades federativas, somando o empenho de 220 policiais. Também em apoio ao 1º Distrito Policial de Rosana, atuaram equipes da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Presidente Prudente e as Delegacias Seccionais de Polícia de Presidente Prudente e Presidente Venceslau.
O desmantelamento dessa organização criminosa se traduz no alcance de equilíbrio ainda maior nas estatísticas criminais, possibilitando um melhor gerenciamento dos recursos e da atuação policial, à medida que se mostra que parte dos roubos de carga registrados eram, na verdade, falsas comunicações de crime.
Além das prisões, os trabalhos de hoje resultaram no cumprimento de 55 mandados de busca e apreensão e bloqueio de valores ligados a 36 Cadastros de Pessoas Físicas (CPFs). Também foram sequestrados 106 veículos, totalizando um valor aproximado de R$ 7 milhões, e apreendidas duas armas de fogo, equipamentos eletrônicos e documentos que serão tratados e analisados pela Polícia Civil Paulista.
Modos de operação criminosa
Segundo apurado, motoristas eram cooptados e, após carregarem legitimamente cargas de natureza variada, em específico de soja e ferragens em geral, desviavam essas cargas, entregando-as aos receptadores. Em seguida, compareciam em distritos policiais e delegacias, onde noticiavam, falsamente, ocorrência de roubo, gerando o emprego imediato de recursos policiais.
Conforme apontado nas investigações, a maioria das vezes os envolvidos retratavam, inclusive, cárcere por horas ou dia. Apoiado em diversas técnicas de apuração e ferramentas tecnológicas, a polícia paulista conseguiu desconstruir diversos relatos dos noticiantes – na verdade, os furtadores de carga.
O grupo, composto por suspeitos, em sua maioria, dos estados de Minas Gerais e Goiás, atuava com mais predominância em São Paulo, onde através de seus integrantes procediam aos falsos registros. Comprovou-se, desta forma, que mais de 200 registros de falsos roubos de cargas no território paulista.

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