Homem tenta subornar investigadores da DIG durante apuração sobre golpe em site de apostas
Um homem foi detido após tentar subornar agentes da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Americana (SP) durante uma apuração sobre estelionato envolvendo um site de apostas, nesta quarta-feira (4). O suspeito ofereceu R$ 80 mil aos investigadores para não ser preso.
Segundo a polícia, o caso começou com a denúncia de um motorista de aplicativo via telefone. A vítima contou que na terça-feira (2), o suspeito solicitou uma corrida e durante a conversa pelo trajeto, disse que enviaria um link para o motorista se cadastrar em um site de apostas.
A vítima criou uma conta conforme indicado e forneceu dados de login e senha. No entanto, o suspeito começou a cobrar dinheiro do motorista, que só então notou ter caído em um golpe.
A polícia foi até a casa do suspeito e o deteve para apurar a denúncia. Já na delegacia, ele alegou que possuía R$ 80 mil em espécie guardados em casa e ofereceu o valor aos investigadores para não ser preso.
Imediatamente ele recebeu voz de prisão pelo crime de corrupção ativa.
Logo depois, a polícia seguiu até a casa dele para buscas, já que o homem alegou ser desempregado e o dinheiro seria proveniente de golpes aplicados em outras vítimas na plataforma de apostas. No entanto, nada foi encontrado.
Como funciona o golpe?
Segundo a DIG, o golpe começa com a escolha do público-alvo, geralmente jovens que possuem vida participativa na rede mundial de computadores.
O criminoso demonstra, através de fotografias e vídeos, que ostenta um estilo de vida que interesse a outros jovens. Em seguida, acaba informando que possui mecanismos de ganhos financeiros exponenciais.
Com o interesse da vítima, o criminoso encaminha um link de acesso a uma ou mais plataformas de apostas online, geralmente com servidores estrangeiros. Depois, ele orienta a vítima a criar uma conta digital, aportar certo valor – algo em torno de R$ 500 a R$ 1.000, e iniciar suas atividades, apostando na própria plataforma.
No entanto, considerando que as apostas e modalidades de jogos são complexas e desconhecidas por grande parte do público-alvo, o criminoso acaba convencendo a vítima a fornecer o login e senha, sob o argumento que possui mais experiência e os ganhos podem ser maiores.
De posse do acesso, o criminoso se apodera dos valores, realiza a transferência para contas digitais com difícil possibilidade de rastreio, e já saca os valores em espécie, modificando a senha de acesso à plataforma, deixando a vítima sem acesso, acreditando que quanto maior o tempo de aposta, maiores serão os danos.
A partir de então, a vítima, naturalmente, acaba aguardando uma posição do criminoso, o qual, após quatro ou cinco dias, inicia um comportamento evasivo, não mais respondendo mensagens ou ligações.
O golpe se fundamenta em uma espécie de aconselhamento ao público-alvo e tenta ludibriar a atuação policial e responsabilização criminal.
Por fim, a DIG de Americana destacou que o setor de inteligência tem atuado com pulso firme e acompanhado de perto esse tipo de golpe, um dos crimes que mais crescem na atualidade. É necessário que a população esteja em alerta.