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Hoje é sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Caso Helen: Porteiro diz que menina foi por vontade própria morar com ele

Caso Helen: Porteiro diz que menina foi por vontade própria morar com ele

O porteiro Silmar Soares de 36 anos, suposto namorado da adolescente Helen Cristina Benatti de 14 anos, que estava desaparecida desde o dia 27 de Junho em Sumaré e foi encontrada na tarde desta terca-feira (27), deu uma entrevista nesta quarta-feira (28), para rebater acusações da família da garota.

Por mais de duas horas de entrevista, o porteiro contou em detalhes tudo sobre os trinta dias que conviveu com a jovem e também disponibilizou fotos e trocas de mensagens mostrando a rotina do `casal`.

Certidão de casamento feita pela jovem (Foto: Divulgação)

Segundo Silmar, em hipótese alguma a garota foi levada a força ou mantida em cárcere privado como acusou a família. Muito pelo contrário, tudo foi consentido e pedido pela própria jovem, “A gente se conheceu em maio no condomínio que eu trabalhava, ela sempre levava encomendas de pães e salgados, sempre deixava cartas e sempre estávamos conversando na guarita em meio á outros porteiros e sob câmeras de segurança. Depois começamos a se encontrar nos arredores da feira”. Ainda segundo ele, no dia em que Helen saiu de casa, Silmar deu um chip de celular e a própria jovem chegou a fazer ligações e troca de mensagens para o pai e a madrasta.

“A todo momento ela estava com o celular na mão e com a porta aberta, porém ela quem sempre ficava dentro de casa. Depois que saiu da casa onde morava estava até feliz e até mais bonita, sem olheiras pois não dormia. Eu tentei varias vezes tentar fazer ela ir embora, no entanto ela chorava e entrava em desespero não querendo ir. Até tentei falar com o pai dela, porém ela não queria e também soube que havia um tio dela que queria fazer justiça com as próprias mãos. A própria dona da casa sabia que ela estava lá e quando a polícia chegou ela mesma quem abriu a porta”. Salienta o homem.

Mensagens trocadas entre o casal (Foto: Divulgação)

“Não cometi nenhum crime, tudo foi com consentimento dela. Ela me passou muitos detalhes da vida dela, o pai infelizmente não tem voz ativa, pois a madrasta sempre trata mal a menina. Inclusive, a madrasta queria até sair comigo e uma tia dela também queria sair comigo, a própria Helen viu as mensagens. Ela sempre foi maltratada pela madrasta, sendo obrigada a fazer pães e salgados de madrugada, ter que limpar toda a casa até as 3, 4 da manhã enquanto a madrasta dormia. Ela chegou na minha casa cheia de caspa porque nunca era bem cuidada, dormia num canto da casa no chão. Apesar de o pai ser muito bom para ela, um excelente pai, infelizmente não tinha voz ativa.” Complementa.

No dia em que Helen saiu de casa, Silmar estava em frente a um açougue embaixo de câmeras de segurança que, segundo ele flagrou, os dois indo para sua casa, “Tenho cartas dela comprovando que ela quem queria. Planejamos isso há um certo tempo e tudo foi bem conversado. Ela tem uma cabeça muito para frente da idade dela, sei que estou errado, não quero justificar, se fosse um crápula teria levado pra outra cidade e largado ela. Comprei roupas, aluguei casa, pois não tinha roupas decentes, sempre jogada de uma casa para outra porque a família não a queria, sempre perguntando se eu estava bem se preocupando comigo. Não cometi nenhum crime, pois eu teria sido preso. Ela conversou com a escrivã tranquilamente e confessou que foi ela quem foi e fez tudo porque ela quis, a menina incomodava a madrasta e sempre era maltratada, e isso era relatado ainda por demais testemunhas no condomínio.”.

De acordo com Silmar, a casa ficava embaixo da casa onde morava a proprietária do imóvel, na frente, a mulher possuía um brechó e uma garagem onde ela guardava o veículo, e em momento algum não possuía algo que tampasse as janelas, “O que tinha na verdade eram as roupas do brechó quem tampavam a parte da casa, ela sabia que morávamos lá, mas ela possivelmente viu alguma postagem ou papel divulgando o desaparecimento dela, e então denunciou por medo de estar acobertando algo, até compreendemos isso, isso tem que ser esclarecido, porque se ela tivesse sendo forçada não teria a chave da casa, o celular para falar com quem quisesse, tínhamos consciência que isso podia acontecer a qualquer momento, só quero que parem, que todo mundo me interpretando como um mostro, não é do meu interesse me esconder ou esconder algo, não fiz nada de errado com ela.”. Comentou.

Segundo o porteiro, que tem um filho de três anos, se fosse da vontade de uma filha dele o mesmo caso, ele tentaria conciliar o fato de uma pessoa se relacionar com outras de idades diferentes, “Se uma filha minha desta idade querer se relacionar com alguém mais velho tentaríamos conciliar, se fosse um rapaz trabalhador, honesto e bom que cuidaria dela eu iria permitir sim, a gente não pode ter essa consciência tosca,  estamos em um país com tanta coisa errada e as pessoas não julgam desta forma, o fato de nos apaixonarmos parece ser uma coisa tão errada a ponto ser chamado de crápula, eu fui uma pessoa boa pra ela e acredito que ela vai sustentar tudo isso, infelizmente teve que assumir responsabilidades muito cedo, e ela amadureceu muito cedo, sofreu muito na casa dela muito cedo, eu tive apoio de alguns amigos que realmente me conhecem e alguns membros da minha família foi contra, entendo.” Desabafou.

Silmar deve fazer um boletim de ocorrência contra a família da jovem e deverá entrar com processo contra eles. “Eu farei um boletim de ocorrência até por segurança, pra que não aconteça nada comigo, e vou acionar um advogado, pois vou entrar com processo contra a madrasta, porque achei horrível ela me difamar. Ela que deveria ser a principal interessada em cuidar da menina, pois ela não esta na casa dela, tá na casa dos outros, disse até que enviaria a menina para um abrigo. Primeira coisa que deixei detalhado na delegacia é que se tinha alguma maneira de impedir de ela ser espancada ao chegar em casa. Ela mesma disse que não queria voltar pra casa, e foi mandada para a casa de uma amiga. Só peço a Deus que ela esteja bem. Eu estou tentando recuperar as mensagens da madrasta que mandou pra mim xingando ela de tudo quanto é nome, que já tinha saído com um monte de homem, porém é mentira porque ela era virgem ainda quando veio morar comigo, muita gente está interpretando mal toda a história. Ela não tinha celular e nada, sempre via ela trabalhando na feira sem fazer nada errado. E que seja investigado o crime de maus tratos, pois ela era explorada de todas as formas pela madrasta, e que tudo seja esclarecido.“ Salienta.

O porteiro pede para que parem de fazer ameaças e que deixem sua família fora do caso, pois não cometeu nada de errado “Só peço que deixem minha família em paz e que não façam nada comigo. Como disse, não fiz nada de errado e meu único erro foi não falar com o pai dela, assumo meu erro, não estou me escondendo e estou levando minha vida normal, infelizmente sem ela. Temo pelo que ela possa fazer para tentar acabar com essa situação, de ela parar de comer, ou tentar algo pior. Nos amamos e vou esperá-la o tempo que for, assim como ela também prometeu. A família constatou e a polícia também viu que tinha ligações dela para o pai e a madrasta gravadas constatando que realmente era a vontade dela, coisa que sempre deixou clara. Poder trabalhar não pode, mas ela fazer a escolha dela não pode? Temo pela vida dela pois já disse que pode sim tentar se matar devido essa situação e vamos sim nos casar um dia, pois é nossa vontade. A madrasta está fazendo papel de santa mas não é, ela já falou que odiava a menina para muita gente no condomínio. A minha versão esta dada e espero que a justiça seja feita em relação a família dela, pois eu nunca deixei faltar nada quando ela estava comigo. Estou triste sem ela mas as cartas e a certidão de casamento que ela fez toda feliz para nós, só quero paz agora e seguir a vida, e que Deus toque na vida destas pessoas que estão me julgando como estuprador sequestrador. Nunca tive nenhuma passagem pela polícia, não uso drogas, não bebo e não posso ver nem meu filho por segurança de fazer algo contra mim. Se alguém acha que ajudou em algo, não ajudou em nada, ela vai voltar a ficar jogada dentro de casa e sendo maltratada ainda mais pela família.”. Encerra Silmar.

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