Você acredita no feminismo esquerdista?
Ao tomarmos um simples Dicionário de nossa língua materna, lemos: feminismo é “uma doutrina que tem por objetivo o melhoramento do papel da mulher na sociedade” (Dicionário Completo da Língua Portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2000). A definição é correta, mas deficiente, conforme veremos neste artigo.
É correta pois, realmente, os legítimos valores femininos hão de ser defendidos, de modo convicto e ardoroso. Basta ler A dignidade da mulher (1988) e Carta às mulheres (1995), de São João Paulo II, disponíveis no site do Vaticano, bem como o livro Por um novo feminismo, da Dra. Sueli Caramello Uliano, Editora Quadrante.
Bem outra, porém, é a ideologia subversiva feminista – contrária a Deus e à sua Lei natural moral – do século XX. Esta, em síntese, teve como grande propagadora Simone de Beauvoir (1909-1986) por meio de seu livro O segundo sexo.
Para compor essa obra, “Beauvoir baseou-se no princípio da luta de classes, arma que Marx inventou contra a ‘opressão’ dos ricos sobre os pobres, e estendeu o conceito à ‘opressão’ do homem sobre a mulher”, assegura Paulo Henrique Américo de Araújo na revista Catolicismo n. 813, setembro de 2018, p. 19. Aqui já se vê a origem marxista e esquerdista – portanto parcial e mentirosa – desse tipo pernicioso de feminismo.
Sim, a moral marxista é parcial e relativista, pois sua base é apenas o que interessa ao Partido, de modo que nela “os fins justificam os meios”. Expliquemos: na moral católica, os fins (pagar dívidas) não justificam os meios (roubar), mas no marxismo e nos partidos ou nas ideologias que o seguem, sim; daí, ser plenamente aceitável roubar, matar e, em especial, mentir para tomar o poder, nele permanecer ou a ele retornar.
“O mundo marxista é o reino das meias-verdades que se transformam em dogmas. Dogmas que os cidadãos hão de crer hoje e que amanhã serão renegados” (Dom Estêvão Bettencourt, OSB. Curso de Doutrina Social da Igreja. Rio de Janeiro: Mater Ecclesiae, 1992, p. 172).
O que afirmamos já explica a incoerência evidente de certas correntes feministas que – mesmo caindo no descrédito da opinião pública – só enaltecem mulheres que interessam à sua causa revolucionária, mas menosprezam verdadeiras heroínas de ontem e de hoje. Fiquemos com três exemplos recentes.
O primeiro é o de Katia Sastre, policial militar. À paisana, por estar de folga, reagiu a um assalto e eliminou um homem que, em 12 de maio de 2018, de arma em punho, aterrorizava mulheres e crianças, após festa escolar, visando roubá-las, feri-las ou até mesmo assassiná-las. Não mereceu o mínimo apoio feminista.
Ela é policial militar que, na distorcida visão esquerdista, talvez represente a “opressão” elitista, e não a ordem. Também agiu – ainda que indiretamente – segundo um princípio da Lei natural moral adotado, é óbvio, pela Igreja Católica a permitir (e até a exigir a quem de direito) defender a própria vida e a de outros, inclusive eliminando, se preciso for, o homicida em potencial, de acordo com o Catecismo da Igreja Católica n. 2263-2266. O povo, voltando as costas ao feminismo radical, elegeu Katia Sastre deputada estadual com 264.013 votos.
O segundo é o de Asia Bibi, uma mulher, esposa, mãe de cinco filhos e cristã paquistanesa, condenada à morte por “blasfêmia”, segundo a lei islâmica. Estava desde 2009 na macabra expectativa da morte. Foi, agora, libertada, mas até o momento em que escrevemos, corre risco de vida.
Nenhuma palavra de movimentos feministas. Não é para menos. Asia Bibi é ícone vivo do testemunho cristão frente ao relativismo comunista, à fidelidade matrimonial, à maternidade, qualidades tão combatidas pelo feminismo marxista e esquerdista. Ela, pelo simples fato de existir, é uma opositora da revolução contra a vida indefesa, a família, a religião etc.
O terceiro é Janaina Paschoal. Foi a deputada estadual mais votada da história com 2,06 milhões de votos. Não mereceu fortes elogios feministas. Afinal, ela não é só renomada profissional do Direito, mas também mulher direita e direitista que, por sinal, muito estorva parte da esquerda perdida na própria arapuca ilógica e impopular que criou.
Depois de todas essas parcialidades ideológicas esquerdistas evidentes, você, leitor(a), ainda acredita nesse feminismo revolucionário? – Nós não!