Nessa quarta-feira (22), a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) anunciou a substituição de 34 coronéis da Polícia Militar, afetando quase metade do comando da instituição, que é composto por 63 coronéis. As alterações, que incluem mudanças no Comando de Policiamento de Choque – divisão responsável pela Rota, conhecida tropa de ronda ostensiva – e no Centro de Inteligência da Polícia Militar, são parte de uma estratégia de renovação e adequação técnica, conforme informado pela Secretaria.

Segundo a Agência Brasil, a SSP destaca que as substituições fazem parte de uma série de promoções por mérito e movimentações de rotina, estendendo-se também às polícias Civil e Técnico-Científica desde o início do ano. O critério para tais mudanças é estritamente técnico, visando otimizar o desempenho das forças de segurança estaduais.

Estas mudanças ocorrem em um momento delicado, em que a Operação Verão, realizada na Baixada Santista, enfrenta intensos questionamentos. Desde o assassinato do soldado Samuel Cosmo, em 2 de fevereiro, durante um patrulhamento, o número de civis mortos em confrontos com a Polícia Militar ascendeu a 32. Tal situação tem atraído a atenção e crítica de entidades de direitos humanos, incluindo a Defensoria Pública de São Paulo, que solicitou acesso aos boletins de ocorrência das vítimas em ações policiais.

Além disso, a Ouvidoria da Polícia, juntamente com deputados estaduais, coletou depoimentos de moradores dos bairros periféricos da Baixada Santista, onde foram relatadas denúncias de execuções, torturas e abordagens violentas por parte de policiais militares.

Apesar das críticas, a Secretaria de Segurança defende as ações da Polícia Militar, afirmando que todos os confrontos ocorreram durante operações de combate ao crime organizado. A pasta também ressalta o resultado das operações, com a prisão de mais de setecentas pessoas, incluindo 260 foragidas da Justiça, reiterando o compromisso com a segurança pública e a ordem no estado de São Paulo.