Polícia Civil usa tecnologia, perícia e estratégia contra ataques a bancos
Houve anos em que praticamente todos os meses eram noticiados ataques a bancos, porém, com o avanço da tecnologia, o trabalho da perícia e as estratégias usadas pela Polícia Civil do estado de São Paulo, crimes deste tipo raramente acontecem atualmente.
O delegado Pedro Ivo Correa, titular da Delegacia de Investigações sobre Furtos e Roubos a Bancos, conta que, quando entrou para a polícia em 2001, o trabalho era muito diferente. Na época, os policiais não tinham muitos sistemas de pesquisas ou qualidade de imagens captadas por câmeras de segurança que ajudassem nas investigações.
“Se o suspeito tivesse cadastro em determinada loja, tínhamos que ir até lá descobrir mais informações sobre ele. Hoje ninguém pode abrir uma conta no banco, ou até mesmo pedir comida em aplicativo sem usar o CPF, então é muito mais fácil saber onde estão se movimentado”, revelou o delegado.
Além disso, o que colaborou ainda mais para a eficiência no trabalho investigativo foi a perícia. Agora, as equipes conseguem descobrir identidades rapidamente por meio de materiais genéticos, como digitais e cabelos, o que foi crucial para desmantelar quadrilhas inteiras por meio dos vestígios deixados em locais de crimes.
O delegado mencionou, ainda, que o crime de roubo a banco é “muito específico”, então apenas criminosos especializados se arriscam a cometê-lo. “O roubo a banco é físico, perigoso, mas sempre tem um para arriscar. Essa queda de casos vem porque melhoramos muito as investigações e porque todas as prisões feitas no decorrer desse tempo serviram como um recado aos que pensavam em tentar”, completou.
A delegacia, que é subordinada ao Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), também já ajudou a esclarecer casos de outros estados, como o assalto ao Banco do Brasil, na cidade de Criciúma, em Santa Catarina, em 2020.
Os agentes também atuam contra ataques a carros-forte e caixas eletrônicos. Ainda conforme Pedro Ivo, explosões a caixas eletrônicos também reduziram muito no estado. “Enquanto tivemos 951 casos em 2013, que foi recorde no país, esse ano, pelo menos até agora, tivemos dois”, destacou.
Fonte: SSP